Que todos nós amamos a guerreira chinesa dos filmes da Disney não é segredo pra ninguém, né?
O grande segredo está em descobrirmos o quanto um filme Live Action dessa guerreira incrível se faz necessário.
Em um mundo onde as mulheres têm ganhado mais força e visibilidade, nada mais justo do que representá-las em filmes de forma que elas sejam de fato retratadas como heroínas e donas de si mesmas, assim como de seu destino e suas vontades. Difícil ver isso, né? Engraçado que todas as heroínas possíveis tem sua motivação ligada ao amor e a vontade de ser notada por um homem quando na verdade o estímulo maior deveria ser satisfação pessoal.
E é isso que a Disney veio nos trazer neste longa incrível: a força e a beleza da mulher que vai atrás de seus sonhos e objetivos, sem se importar com o que dirão dela, ou o que farão a ela se a acharem desnecessária ou se a rotularem como 'a que não é boa o suficiente' para tal tarefa, no caso de Mulan: a guerra.
A animação de 1998 representou a Mulan que precisávamos naquela época e, apesar das sátiras que deixaram o povo chinês bem descontente, foi capaz de trazer representatividade a milhares de 'garotinhas com os olhos puxados' que nunca tinham se visto ali, como princesa da Disney. Existe coisa mais linda que isso? Eu diria que para aquele momento não, afinal, a introdução de uma cultura diferente da americana de forma tão abrangente como em um desenho infantil já foi um marco gigantesco e notável.
A Mulan desde então, tem sido a concepção de mulher chinesa e, mais do que isso: mulher forte que, mesmo não seguindo o padrão das princesas anteriores e, sem ao menos ter esse título, evidenciou e ilustrou muitas mulheres orientais (e não orientais) que não se encaixavam no padrão de princesinha.
Há muita discussão em relação a Mulan ser ou não princesa da Disney e esse filme novo veio para mostrar que precisamos de uma Mulan que seja tão boa quanto uma princesa sem precisar ser princesa, mas ainda assim, sendo o melhor retrato de mulher. A mulher que choca seus companheiros durante a guerra, a mulher que é reconhecida como melhor guerreiro dentre seu pelotão, a mulher que mesmo sendo tida como 'a que não serve pra casar' pela casamenteira é reconhecida como uma guerreira pelo imperador e convidada a fazer parte da Guarda Real.
A força da mulher tem uma representação incrível neste filme pelo simples fato de desmistificar a figura da mulher que só serve pra casar, constituir família e deixar de lado seus sonhos e objetivos a fim de viver os pré determinados a ela.
E, não menos importante que isso, o filme foi estudado e baseado na história chinesa para não ter os mesmos problemas que a animação teve. E querem saber? Não dá nem pra sentir falta dos personagens que não aparecem.
O Mushu, que faz toda a animação ser engraçada e divertida, também faz com que a crença seja zombada e o Lee Shang rouba a cena quando vai atrás da Mulan pedindo que ela se case com ele e tal, então, entendem que foi necessário tirá-los da história para focar em quem realmente importava? Enfim, a verdadeira heroína e protagonista não precisa de pessoas, ou animais que corroborem sua trajetória: ela já fez isso sozinha quando decidiu ir à guerra no lugar de seu pai, por que precisaria dividir sua vitória com outros no fim?
A verdade é que ela não precisava, jamais precisou e é isso que o Live Action vem pra mostrar: a representação das guerreiras que tinham a única chance de ir para a guerra se disfarçadas de homem, uma vez que a cultura chinesa só as via como mulher que deveria ser submissa às vontades de sua família e sociedade.
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