quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Hellboy II: O Exército Dourado (2008)

Já que começamos com o garotinho do inferno, continuemos, né? Hahaha!

Bom, no segundo filme, eu já estava mais aberta e acostumada aos personagens, diria que até apegada. A sequência trouxe um visual ainda mais fantástico, graças à mente criativa de Guillermo del Toro. A mistura de criaturas bizarras e encantadoras, somada à estética de contos de fadas sombrios, fez com que o filme se destacasse visualmente. Foi aqui que me peguei verdadeiramente envolvida pela mitologia do universo de Hellboy.

O que mais me chamou a atenção foi como o filme equilibrou a ação frenética com momentos de pura emoção. Diferente do primeiro filme, que foca mais no surgimento e aceitação do Hellboy como herói, essa sequência vai além e aprofunda as questões internas dos personagens. O Hellboy não é apenas um cara forte e sarcástico que enfrenta monstros; ele carrega o peso de ser uma criatura que vive entre dois mundos, sempre questionando seu papel tanto entre os humanos quanto no mundo sobrenatural. E acho que esse dilema é algo que faz a gente simpatizar ainda mais com ele.

Outro ponto que achei interessante foi o desenvolvimento da relação dele com a Liz Sherman. No primeiro filme, a dinâmica entre eles já era intrigante, mas em "O Exército Dourado", essa relação evolui e traz momentos mais sensíveis. As interações entre os dois mostram que, mesmo em um universo cheio de seres mitológicos e ameaças sobrenaturais, os dramas pessoais e as questões de relacionamento ainda são centrais para os personagens. Isso cria um contraste bonito com as batalhas épicas e os cenários grandiosos que o filme oferece.

Ah, falando em batalhas épicas, o vilão desta vez, o príncipe Nuada, é simplesmente fascinante. Ele é um daqueles antagonistas que a gente consegue entender, sabe? A motivação dele para despertar o Exército Dourado e proteger o mundo místico da extinção faz com que, em alguns momentos, você até questione se ele está realmente errado. Essa dualidade é algo que gosto muito em filmes de fantasia: nem sempre o vilão é simplesmente "malvado". Há camadas, motivações e um propósito, e isso torna a trama muito mais envolvente.

Além disso, o filme nos presenteia com Abe Sapien, que ganha um destaque maior nessa sequência. Ele, assim como Hellboy, está em uma jornada de autodescoberta, e vê-lo lidando com seus próprios conflitos internos traz uma camada extra ao filme. A amizade entre Abe e Hellboy também cresce e se solidifica, oferecendo momentos de leveza e, ao mesmo tempo, de profundidade emocional.

No geral, “Hellboy II: O Exército Dourado” consegue ser uma sequência ainda mais impressionante e envolvente que o primeiro filme. As criaturas são mais complexas, os cenários são de tirar o fôlego e os dilemas dos personagens nos fazem refletir sobre temas mais universais, como identidade, pertencimento e escolhas morais. Para mim, foi uma experiência imersiva, que me fez torcer ainda mais pelo Hellboy e sua turma. Definitivamente, um filme que soube expandir e enriquecer o universo criado por del Toro.

domingo, 7 de fevereiro de 2021

Cidade Invisível: o folclore brasileiro nas telinhas

Cidade Invisível é uma série baseada na literatura fantástica brasileira com um elenco sensacional que teve sua estreia em 5 de Fevereiro de 2021. A história foi desenvolvida e adaptada pelos roteiristas Raphael Draccon e Carolina Munhóz e assinada pelo diretor Carlos Saldanha.
Cidade Invisível dá vida a personagens do folclore brasileiro em um enredo brilhante cheia de mistérios e descobertas capaz de prender os telespectadores no sofá desejando como nunca o desenrolar da trama.
Há algum tempo muitos brasileiros gostariam de ver algo que lembrasse nossas raízes. Ao pensar em obras que trabalharam para incentivar e endeusar nosso querido folclore brasileiro, só me vem a memória espetáculos infantis como O Sítio do Picapau Amarelo e O Castelo Rá-tim-bum, ambos voltados ao público infantil. 
Não consigo me lembrar no momento de alguma produção cinematográfica para os maiorzinhos que tenha ligação ao querido folclore brasileiro. (Me contem se lembrarem de algo, quero ver também) E é aqui que entra a nostalgia e a tarefa um pouco difícil talvez, em adaptar uma herança cultural tão forte, tão presente, tão amada e ao mesmo tempo tão temida por muitos de nós.

A série se passa nos dias de hoje, nos arredores do Rio de Janeiro para ser mais específica, em um vilarejo com nome Vila Toré e conta a história de um detetive da Polícia Ambiental que encontra um boto cor-de-rosa morto na praia, o que acaba por envolvê-lo em uma busca frenética para desvendar a história de um assassinato que o faz se deparar com coisas que a sua imaginação não o permite acreditar.
Eric (Marco Pigossi) começa a descobrir que existe um mundo de criaturas folclóricas fantásticas escondido dentro do nosso mundo real. E envolve-se cada vez mais com sua nova descoberta a fim de respostas e obviamente de provas capazes de evidenciar tudo o que ele está descobrindo e tem receio de estar enlouquecendo.
Cidade Invisível traz criaturas como a Cuca (Alessandra Negrini), o Saci (Wesley Guimarães), o Curupira (Fábio Lago), o Boto (Victor Sparapane), Caipora (Jimmy London) e Iara (Jessica Cores) disfarçados em nosso *mundo real* em uma luta contra um inimigo que se reergueu contra eles depois de muito tempo e usa corpos humanos para se manifestar e ir atrás daquele que o matou com o intuito de vingar sua própria morte.
Confesso que fiquei encantada com a beleza da série e a adaptação dos personagens como pessoas reais, com trabalhos e vida de humanos reais, vivendo quietinhos até que algo os incomode e eles precisem agir. 
A Cuca é dona de um bar onde tem o Caipora como uma espécie de segurança (não entendi muito bem o papel dele, seria um faz tudo, o que faz o trabalho sujo, sabe?) e a Iara encantando a todos com sua voz maravilhosa. Saci aparece como um empregado da Cuca, mas que faz uns serviços externos e esporádicos enquanto o mais poderoso deles, o Curupira, que costumava ser o líder do bando, vive lamentando-se e com medo de viver ou de que algo vivesse para vir atrás dele e vingar-se.
A primeira temporada foi devorada por nós aqui como se não houvesse amanhã 😂 e já estamos aguardando a próxima temporada ansiosamente.
Obrigada Netflix por esta obra-prima!
Valeu super a pena nossas horas investidas em desvendar os mistérios da Cidade Invisível.