Já que começamos com o garotinho do inferno, continuemos, né? Hahaha!
Bom, no segundo filme, eu já estava mais aberta e acostumada aos personagens, diria que até apegada. A sequência trouxe um visual ainda mais fantástico, graças à mente criativa de Guillermo del Toro. A mistura de criaturas bizarras e encantadoras, somada à estética de contos de fadas sombrios, fez com que o filme se destacasse visualmente. Foi aqui que me peguei verdadeiramente envolvida pela mitologia do universo de Hellboy.
O que mais me chamou a atenção foi como o filme equilibrou a ação frenética com momentos de pura emoção. Diferente do primeiro filme, que foca mais no surgimento e aceitação do Hellboy como herói, essa sequência vai além e aprofunda as questões internas dos personagens. O Hellboy não é apenas um cara forte e sarcástico que enfrenta monstros; ele carrega o peso de ser uma criatura que vive entre dois mundos, sempre questionando seu papel tanto entre os humanos quanto no mundo sobrenatural. E acho que esse dilema é algo que faz a gente simpatizar ainda mais com ele.
Outro ponto que achei interessante foi o desenvolvimento da relação dele com a Liz Sherman. No primeiro filme, a dinâmica entre eles já era intrigante, mas em "O Exército Dourado", essa relação evolui e traz momentos mais sensíveis. As interações entre os dois mostram que, mesmo em um universo cheio de seres mitológicos e ameaças sobrenaturais, os dramas pessoais e as questões de relacionamento ainda são centrais para os personagens. Isso cria um contraste bonito com as batalhas épicas e os cenários grandiosos que o filme oferece.
Ah, falando em batalhas épicas, o vilão desta vez, o príncipe Nuada, é simplesmente fascinante. Ele é um daqueles antagonistas que a gente consegue entender, sabe? A motivação dele para despertar o Exército Dourado e proteger o mundo místico da extinção faz com que, em alguns momentos, você até questione se ele está realmente errado. Essa dualidade é algo que gosto muito em filmes de fantasia: nem sempre o vilão é simplesmente "malvado". Há camadas, motivações e um propósito, e isso torna a trama muito mais envolvente.
Além disso, o filme nos presenteia com Abe Sapien, que ganha um destaque maior nessa sequência. Ele, assim como Hellboy, está em uma jornada de autodescoberta, e vê-lo lidando com seus próprios conflitos internos traz uma camada extra ao filme. A amizade entre Abe e Hellboy também cresce e se solidifica, oferecendo momentos de leveza e, ao mesmo tempo, de profundidade emocional.
No geral, “Hellboy II: O Exército Dourado” consegue ser uma sequência ainda mais impressionante e envolvente que o primeiro filme. As criaturas são mais complexas, os cenários são de tirar o fôlego e os dilemas dos personagens nos fazem refletir sobre temas mais universais, como identidade, pertencimento e escolhas morais. Para mim, foi uma experiência imersiva, que me fez torcer ainda mais pelo Hellboy e sua turma. Definitivamente, um filme que soube expandir e enriquecer o universo criado por del Toro.